6 indicadores além do lucro para entender o balanço de uma empresa

6 indicadores além do lucro para entender o balanço de uma empresa
Direito
A temporada de resultados do segundo trimestre já começou e deve ganhar força nos próximos dias, com diversas blue chips apresentando seus números do período entre abril e junho. Mas você sabe ler um balanço? Sabe o que significa cada um dos números que são apresentados nas diversas folhas do resultado trimestral de cada companhia?

Quem não é especialista tende a se deter no lucro líquido e na receita, mas outros indicadores são fundamentais para determinar a saúde financeira de uma empresa. Apesar destes serem dados importantes, estão longe de serem os únicos que o investidor deve se atentar. Dívida, Ebitda e Custos são só mais alguns dos números que é preciso ficar atento quando se lê um balanço.

Com a ajuda de analistas e do diretor de Controladoria da Vale, Murilo Müller, o InfoMoney compilou seis indicadores que todo investidor deveria visualizar no resultado de uma empresa. Confira:

1) Ebitda
A sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização é muito conhecida no meio das finanças, mas poucos entendem por que ela é tão importante. O Ebitda é uma forma aproximada de se entender qual é a geração de caixa operacional da empresa por meio da demonstração de resultado.

Um Ebitda positivo e crescente indica que a empresa consegue gerar caixa por meio de suas operações. Ao gerar caixa, a empresa pode liquidar suas obrigações de curto e longo prazo (como empréstimos) e remunerar o acionista com o pagamento de dividendos.

2) Capital circulante líquido (CCL)
É a capacidade da empresa em liquidar seus passivos circulantes – ou seja, suas obrigações com prazo geralmente inferiores a 12 meses (salários, impostos, contas a pagar, etc.) – com seus ativos circulantes, como contas de liquidez imediata. A diferença entre os dois gera o capital circulante líquido.
Quando ele é positivo, indica que a empresa consegue liquidar suas obrigações de curto prazo através de suas operações. Um CCL negativo indica que a empresa pode estar passando por problemas de geração de caixa ou gestão orçamentária, pois os ativos de curto prazo não são suficientes para
liquidar os passivos de curto prazo.

3) Nível de endividamento x Ebitda É a relação entre o volume de dívidas da empresa com instituições financeiras e sua capacidade de geração de caixa. Quanto menor esse índice, menor é o risco associado ao pagamento da dívida. E quanto maior for o Ebitda, maior será a capacidade de caixa para liquidar dívidas. Este é um índice muito usado pelas agências de rating para avaliar as empresas.

4) Exposição de ativos e passivos ao dólar
As empresas podem fazer transações na moeda corrente do país onde estão sediadas ou em outras moedas, como o dólar, muito usado para importação e exportação. Ao optar pelo dólar, as empresas sofrem os efeitos da variação cambial no seu resultado.

As exportadoras tendem a se beneficiar do câmbio desvalorizado (quando o valor do real cai frente ao dólar) porque tem recebíveis em dólar, enquanto empresas com dívida na moeda norte americana
sofrem os impactos da desvalorização do real no resultado, ainda que suas dívidas tenham
vencimento de longo prazo. A análise do balanço contábil deve avaliar o impacto da variação cambial não somente no resultado daquele período, mas também no caixa da empresa.

5) Capacidade de pagar dividendos
Os dividendos são os fluxos de caixa que uma empresa distribui a seus acionistas como resultado dos lucros gerados. Seu pagamento só pode ser realizado se a empresa tiver recursos em caixa para efetuá-lo.

A capacidade de pagar dividendos está diretamente ligada à forma como a empresa gera caixa e o utiliza para liquidar suas obrigações operacionais, seus planos de investimento e suas fontes de financiamento.

Alguns especialistas indicam uma relação direta entre a política de dividendos e o valor de mercado das empresas. Empresas pagadoras de dividendos tendem a ter melhor valorização de suas ações.
6) Custos
São os gastos incorridos na aquisição ou produção de bens e serviços que farão parte do produto fim
que será vendido pela empresa. Exemplos: matéria prima, energia aplicada na produção de bens, salários e encargos do pessoal da produção ou serviço. Em períodos de crescimento da economia, as empresas dão enfoque maior em potencializar as vendas, visto que essa será sua grande fonte geradora de caixa.

Porém, quando a economia encolhe, ocorre a redução da demanda de produtos e a diminuição das vendas. Neste momento, a empresa terá que focar em ações internas para manter ou melhorar sua geração de caixa. O controle de custos então se torna essencial e passa a representar uma vantagem
competitiva sobre outros players do mercado.

Fonte: InfoMoney

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